terça-feira, 27 de junho de 2017

Última parte

" Em meio essa corrosão que me envolve, como não ter medo de corroer, pétala por pétala, o canteiro florido que se esconde por detrás dos teus olhos tímidos?"
Junho/2016.

Termino onde realmente comecei, me dispo e me despeço, estou nua e inundada, pronta pro desague.

O projeto "Orgânica saudade - Dasabafo de uma alma em pedaços" foi iniciado pouco antes de meus olhos mergulharem nos teus, e foi nesse mergulho que construí esse universo descrito aqui.
Emergiu de mim, mas sem você não se completa...
Em reticências, à Lana.
Julho/2017.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Ela

Ela não sente de todo tristeza
São as palavras que não param
E disparam como num rompante
Ela prefere acreditar que ainda há
De alguma forma uma identificação

O caminho se cruza, aqui, acolá
Como há anos atrás, olha pra lá
Ver as palavras perdendo força
É como esmorecer a si mesma
Resistência ainda circunda

E a flor que ela é vai mudando
Num tempinho lerdo, nada calmo
Esperando esse murchar disforme
Onde ninguém possa realmente olhar
Porque talvez não haja nada no olhar.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Linha do Equador


De certo meus passos mal dados
Fizeram molduras de sal entre nós
De certo o café mal passado
Foi erro contado em excesso de pó
No muro desenho é alívio
Sossego é capricho não pode andar só
Saudade é bicho enjaulado 
Fadado a escorrer o teu corpo em suor


O sol na pupila brilha a sina dessa dor
É luta todo dia embaixo da linha do equador


Entre tuas unhas e dentes
O caos é crescente ao som do motor
Antes que arranque o abrigo
Me deixe o sorriso que não foi amor