sábado, 20 de agosto de 2016

Desordem

Eu danço com toda minha alma,
Alma essa que dançou com a tua na noite anterior.
Eu tomo a noite com todo seu vapor, engulo toda fumaça de cigarro e do motor a óleo diesel.
Olho pra você e desfaço o laço com as mãos no ar.
Minha perversidade é meu maior amor,
Meus pés latejam e eu danço, eu danço...
Peço para que esses fantasmas em desordem a minha volta me deixem ouvir minha própria cabeça.
Na busca dos teus olhos eu entro num labirinto disforme e te peço pra ficar - Fica?
Eu sinto medo de mim mesma,
Me deparo com a chuva espessa, um mar de concreto e bueiros, imensos.
Preciso parar! É hora de parar!
Tem relógio que para e olhos que não reconhecem a desordem do tempo.
Não me despedir é minha maior expressão desse amor que quase senti,
Dessa extensa pele que quase arrepiou
Desses olhos que você quase levou.
Eu sou vulcão em erupção constante,
Minhas lágrimas e minha saliva queimam,
E meu jardim primaveril está tomado de erva daninha, meu bem.

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