Que enquanto você trazia a tona por meus olhos aquelas águas salgadas eu deitava minha cabeça no colo da mãe de águas doce.
Afago é o entrelaço dos dedos, seja nos outros dedos, seja nos fios de cabelo.
Eu preciso do eco da poesia, microfonada, porque não?
No salão quase esvaziado, os olhos cerrados e o peito inflado.
Alguém precisa ouvir das costuras que incomodam no jeans, alguém precisa ouvir sobre a inflamação dos tendões ou sobre a privatização dos sonhos cativos.
Eu achei que eu precisava te explicar sobre a sensação da lâmina rasgando a pele, e da anestesia da massa encefálica (é possível?).Eu preciso cantar poesia, suar poesia,despoetizar a poesia, germinar, fermentar, deixar mofar, criar vida podre e suspender tudo no eco do vão do mundo,na fenda por onde entra a solidão e os feixes de luz. Era poeira, mas eu vi constelações. E nada disso é sobre amor, nem sobre dor.
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