quinta-feira, 5 de maio de 2016

Adeus, Cecília.

Eu vim de lá, da calmaria
Em cresci lá, nas palmeiras
Cecília, minha mãe e minha filha
Meu esconderijo, meu abrigo
Estive intacta na barra de sua saia
Aqui o tempo não me espera
Ele passa correndo por mim, me leva
O vento é de bagunçar os cabelos que não tenho.
O sol escalda e me envelhece.
Aos vinte e cinco recomeço no princípio
Esse que era o caminho que casa
Casa que não é lá nem cá.
Natural que estejamos confusas:
Eu, minhas pernas, minhas lágrimas, minhas fantasias, minha saudade.
Tudo tão meu e que órbita tão fora do meu alcance.
Sua pequenez, Cecília, era meu afago
O mundo aqui é alto demais, denso demais, largo demais, populoso demais pro meu coração solitário.
Eu ponho o cadeado no armário que nunca tranquei, e no caminho reverso, abro minha alma pro desconhecido que eu sempre odiei.


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