sexta-feira, 6 de maio de 2016

Silêncio

Nunca soube lidar com o silêncio e ele tem sido constante por aqui. De repente, ainda carregando os vestígios dos sons, das músicas, das risadas, das conversas calorosas, assim, como quem nem veio pra ficar ele se estabelece como se nada antes tivesse existido, faz morada. Ouço os ecos e por vezes me confundo sobre a realidade, sobre o que realmente ouvi e se realmente ouvi.
Ante a essa ausência, esse vazio, eu já me descabelei noutros tempos, eram raros os momentos calados e quando vinham, eu gritava.
Hoje, falo baixo, uma, duas, três vezes, se não obtenho resposta mantenho-me no espaço desse silêncio, me coloco no centro, deixo doer até que eu já não me sinta ferida por ele, e aí então posso dormir, no conforto ambíguo que me abriga o abraço gélido do vácuo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário