segunda-feira, 6 de junho de 2016

Olhos de fita

Sabe, eu preciso que você espere, que espere só mais um pouco. Que espere algum bando de aves de qualquer espécie migrarem pro sul, que espere o sangue completar seu percurso por todo seu corpo, que espere o remédio fazer efeito. Eu preciso que você espere o efeito do beijo, que espere a solidificação do desejo, desejo que escorria por meus dedos enquanto eu sentia tua pele desconhecida. 
Dancei com o desconforto, com o magnetismo dos teus olhos, pequenos olhos, muito olhar.
Nada começa nem termina ali, o que te faz imensa é esse frescor dos pés ainda não maltratados, do sorriso que vem sem pedir licença, coisa de quem ainda não foi corroída pelo tempo. 
E em meio essa corrosão que me envolve, como não ter medo de corroer, pétala por pétala, o canteiro florido que se esconde por de trás dos teus olhos tímidos?

2 comentários:

  1. Sempre que penso em você passo por aqui, pra tentar saber como cê tá, se tu tá
    bem...
    E bate uma saudade.
    Teus poemas são tão maravilhosos como você.
    Um beijo, bonita!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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