No atrito minucioso da minha pele com a tua, sinto tu'alma nua.
Nossos poros expelem nossas angústias,
Posso sentir teus medos escorrendo por meus dedos,
Teus olhos brandos acendendo labareda
E teus lábios que mais parecem labirintos
me tomando em furor pra dentro de ti.
Me perco, me perco no teu cheiro inebriante,
na tua respiração que se confunde com a minha,
no teu pulso que descompassa e me liberta,
me perco nos teus gemidos líquidos e sólidos.
Teus olhos me enlaçam, me penetram.
Aí floreço, meu bem, no peso do teu corpo sobre o meu.
Nossos corpos dançam ao som dos uivos e tambores
de nossa ancestralidade cativa, feito em feitiçaria
enquanto rabisco na atemporalidade
com meus dedos melados de desejo e docilidade,
nossas silhuetas disformes por um amor marginal,
nas margens de um rio de águas cristalinas
protegidas pelas labrys das guerreias celtas,
sob a luz da lua cheia refletida pelo espelho d'ouro de Oxum.
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