domingo, 14 de maio de 2017

Amor a margem


No atrito minucioso da minha pele com a tua, sinto tu'alma nua. 
Nossos poros expelem nossas angústias, 
Posso sentir teus medos escorrendo por meus dedos, 
Teus olhos brandos acendendo labareda 
E teus lábios que mais parecem labirintos 
me tomando em furor pra dentro de ti. 
Me perco, me perco no teu cheiro inebriante, 
na tua respiração que se confunde com a minha, 
no teu pulso que descompassa e me liberta, 
me perco nos teus gemidos líquidos e sólidos.

Teus olhos me enlaçam, me penetram.

Aí floreço, meu bem, no peso do teu corpo sobre o meu. 
Nossos corpos dançam ao som dos uivos e tambores 
de nossa ancestralidade cativa, feito em feitiçaria

enquanto rabisco na atemporalidade 

com meus dedos melados de desejo e docilidade, 
nossas silhuetas disformes por um amor marginal, 
nas margens de um rio de águas cristalinas


protegidas pelas labrys das guerreias celtas,
sob a luz da lua cheia refletida pelo espelho d'ouro de Oxum.


Nenhum comentário:

Postar um comentário